Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM INSTITUIÇOES DE LONGA PERMANENCIA PARA IDOSOS (ILPS) EM SALVADOR, BAHIA.

Objetivo

Descrever a prevalência de comprometimento cognitivo em pessoas idosas residentes em Instituições de Longa Permanência (ILPIS) em Salvador, Bahia.

Materiais e Métodos

Estudo transversal em duas ILPIs localizadas em Salvador/BA, uma privada e outra filantrópica. Foram incluídas todas as pessoas idosas (60 anos ou mais) residentes nas ILPIs selecionadas, exceto as que se recusaram. A avaliação foi feita através de um questionário sociodemográfico, do Índice de Comorbidade de Charlson e da Avaliação Geriátrica Compacta 10-minute Targeted Geriatric Assessment (10-TaGA), que contém, entre os seus componentes, o 10-Cognitve Screen (CS-10), para avaliação cognitiva. Foram calculadas as Razões de Prevalência, com intervalo de confiança de 95%.

Resultados

A amostra foi constituída por 71 pessoas idosas, com predominância de maiores de 75 anos (59,2%), sexo feminino (54,9%), cor negra (70,4%) e baixa escolaridade (52,1%). De acordo com o CS-10, a prevalência de comprometimento cognitivo provável (compatível com demência) alcançou 67,1%. Foi evidenciada associação de comprometimento cognitivo com fragilidade (RP: 2,01; IC 95%: 1,25 – 3,25) e com Ìndice de Comorbidade moderado ou alto (RP: 1,52; IC 95%: 1,03 – 2,23). Não houve associação significativa de comprometimento cognitivo com as demais variáveis estudadas.

Conclusão

A maioria dos idosos institucionalizados apresentou comprometimento cognitivo provável, evidenciando-se associação com fragilidade e com presença de comorbidades. Estes achados destacam a importância de estratégias de cuidado específicas para abordar as necessidades desses idosos, incluindo intervenções para preservar a saúde cognitiva e manejo adequado das comorbidades associadas.

Relevância Clínica

Ainda que as ILPIs sejam equipamentos da assistência social e não da saúde, a elevada prevalência de comprometimento cognitivo, na população idosa institucionalizada, enseja a necessidade do rastreamento cognitivo rotineiro, o que pode ser feito através da Avaliação Geriátrica Compacta, visando a detecção precoce do declínio cognitivo, além da adoção de estratégias para mitigar o impacto das síndromes demenciais.