Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE FRAGILIDADE EM INSTITUIÇOES DE LONGA PERMANENCIA PARA IDOSOS (ILPIS) EM SALVADOR, BAHIA.

Objetivo

Descrever a prevalência de fragilidade em pessoas idosas residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) em Salvador, Bahia.

Materiais e Métodos

Estudo transversal em três ILPIs em Salvador/BA, incluindo todas as pessoas idosas residentes, exceto as que se recusaram. Fragilidade foi definida pela 10-minute Targeted Geriatric Assessment. As doenças crônicas foram avaliadas pelo Índice de Comorbidade de Charlson. Foram calculadas as Razões de Prevalência, com intervalo de confiança de 95%.

Resultados

Foram avaliadas 117 pessoas idosas (média de idade = 77 anos), predominando mulheres (58,1%) e pessoas negras (61,5%). A prevalência de fragilidade alcançou 52,1%. Apenas 26,5% eram independentes para as atividades básicas da vida Diária. As limitações funcionais impossibilitaram a avaliação do IMC de 34 indivíduos. Magreza (IMC < 22) foi detectada em 25,6% dos avaliados. Fragilidade associou-se significativamente com as seguintes variáveis: sexo feminino (RP: 1,72; IC95%: 1,14–2,59); sarcopenia provável - circunferência de panturrilha < 31 cm (RP: 1,67; IC95%: 1,21–2,30); polifarmácia (RP: 1,49; IC95%: 1,06–2,09); relato de quedas no último ano (RP: 1,56; IC95%: 1,09–2,24); autoavaliação da saúde como razoável, ruim ou muito ruim (RP: 2,95; IC95%: 1,66–4,89); dependência total para atividades básicas (RP: 2,47; IC95%: 1,73–3,5); e marcha comprometida ou abolida (RP: 2,94; IC95%:
1,76–4,92). As seguintes doenças crônicas referidas associaram-se significativamente com fragilidade: demência (RP: 1,51; IC95%: 1,07–2,10) diabetes (RP: 1,56; IC95%: 1,17–2,09) e doença cerebrovascular (RP: 1,67; IC95%: 1,22–2,28). Não houve diferença significativa quanto a internamentos hospitalares ou pronto-atendimentos referidos.

Conclusão

A elevada prevalência de fragilidade e fatores associados evidenciam a alta vulnerabilidade dos idosos em ILPIs.

Relevância Clínica

O envelhecimento populacional demanda cuidados de longa duração. A avaliação geriátrica multidimensional é fundamental para identificação e manejo das vulnerabilidades, em busca de melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas institucionalizadas.